quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Astros americanos desconhecem Brasil; técnico prevê dificuldade nos rebotes

“Barbosa vai?”, pergunta aos jornalistas brasileiros um sonolento Kevin Durant, cestinha da última temporada da NBA e principal estrela do jovem time americano que vai ao Mundial. Ao ouvir que, sim, Leandrinho estará na Turquia, além de Nenê e Varejão, brevemente o desinteresse é substituído em seu semblante por alguma surpresa. “Varejão e Nenê também? Vai ser difícil vencê-los”.

Menos de meia hora depois, o armador Rajon Rondo, destaque do vice-campeão Boston Celtics diz saber que Varejão estará na competição. “Barbosa também? Ele joga na minha posição, vou marcá-lo”, diz, sem saber que, na seleção brasileira, Leandrinho atua na posição 2, chamada de ala-armador ou, na NBA, de “shooting guard”. Rondo é um número 1, armador ou, em inglês, “point guard”.

Em seguida, extremamente sincero, Rondo confessa conhecer apenas “dois” jogadores do Brasil, um de Porto Rico (o armador do Miami Heat Carlos Arroyo). “Os outros oito ou nove não sei quem são. Só o que temos de fazer é jogar duro e confiar no que o ‘Coach K’ vai nos passar”, diz, em referência a Mike Krzyzewski, técnico da seleção norte-americana. Apesar de não saber o que vai ter pela frente no Mundial, Rondo afirma: “perdemos os 5, 6, 7 ou 8 melhores jogadores, mas ainda teremos os melhores jogadores do Mundial. E o melhor de todos, Kevin Durant”.

Muito mais comedido e informado, Krzyzewski, que liderou os EUA ao terceiro lugar no Mundial-2006 e, dois anos mais tarde, o “Redeem Team” (time da redenção) à medalha de ouro nas Olimpíadas de Pequim, previu uma dificuldade bem específica para os EUA contra o Brasil: os rebotes.

O grande pivô americano, Dwight Howard, não estará no Mundial. Amare Stoudemire também não. David Lee, e os irmãos Brook e Robin Lopez machucaram-se durante os treinamentos. Kendrick Perkins, do Boston Celtics, nem chegou a se juntar à equipe: operou o joelho após contundir-se no penúltimo jogo da disputa do título com os Lakers. Assim, apenas o veterano Tyson Chandler, limitado no ataque, e Javale McGee, reserva do Washington Wizards nesta temporada, jogarão na posição 5 pelos EUA no Mundial.

“Teremos problemas nos rebotes contra o Brasil. Nenê e Varejão jogam na NBA, o Splitter teve um grande ano na Europa e vai jogar na NBA nesta temporada. Teremos de explorar nossa velocidade”, disse o técnico. “Não temos muitos caras grandes. Seremos vulneráveis, principalmente nos rebotes. Não poderemos deixar apenas dois jogadores focados no rebote, todos terão de ajudar”.

Para “K”, a inexperiência internacional coloca um grande ponto de interrogação na expectativa sobre o desempenho da seleção americana. “Temos cinco jogadores de 21 anos e outros 2 de 22. Precisamos ver como eles se adaptarão à dinâmica do jogo internacional”. Essa é, na visão do técnico, outra vantagem da seleção verde-amarela. “O Brasil tem um time veterano.”

Já Jerry Colangelo, coordenador da seleção americana e responsável pelo recrutamento dos jogadores, se disse um amigo de Leandrinho e elogiou também o time brasileiro. “O Brasil tem três excelentes jogadores para se começar um time e tem uma excelente chance de ser bom”.

As duas equipes estão no Grupo B do Mundial, junto com Irã, Tunísia, Croácia e Eslovênia. As quatro melhores passam às oitavas-de-final da competição, que tem início no dia 28 de agosto. EUA e Brasil enfrentam-se no dia 30 de agosto.

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