segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Jaqueline Mourão melhora desempenho e se despede de Vancouver em 67º


Foram 10km de uma "caminhada" pela gelada montanha de Whistler, em um percurso que ela conhece bem. Casada com um canadense, Jaqueline Mourão, a única brasileira a disputar duas Olimpíadas de Verão e duas de Inverno, equilibrou-se como pôde por duras subidas e descidas e abriu a participação do Brasil nos Jogos de Vancouver. Largou em 67º e, exausta, chegou em 67º, igualando a colocação que obteve em Turim-2006, mas baixando em cinco minutos seu melhor tempo e diminuindo a diferença em relação à vencedora. Completou a prova do esqui cross country em 30m22s2, 5m23s8 atrás da sueca Charlotte Kalla. Na Itália, Jaqueline fez 35m59s7, 8m08s mais lenta que a campeã, a estoniana Kristina Smigun-Vaehi.



- Estou muito contente com meu resultado e com o tempo da prova. Estava me sentindo muito tranquila e bem mentalmente antes da largada. A experiência de quatro Jogos Olímpicos me ajudou. Não cometi nenhum tipo de erro durante e por isso me aproximei bem mais das primeiras colocadas. Esse foi o meu melhor resultado direto - disse Jaqueline.



Ainda nesta segunda-feira, outro esquiador vai estampar no macacão a bandeira brasileira: Leandro Ribela compete nos 15km. Isabel Clark, Jhonathan Longhi e Maya Harrisson completam a delegação verde-amarela.

Charlotte Kalla, de 22 anos, faturou o ouro ao cravar 24m58s4, superando Kristina Smigun-Vaehi. A estoniana liderava com 25s05, mas viu, da área de atletas, sua medalha mudar de cor. Correndo pelo bronze, a norueguesa Marit Bjorgen marcou 25s14s3 e garantiu o pódio - em 2006, ela tinha abocanhado a prata.



Jaqueline foi a 67ª das 78 competidoras a entrar na prova. Em Turim, eram 72. As não muito boas condições da neve em Vancouver fizeram com que organizadores optassem por priorizar as atletas mais bem colocadas: elas foram as primeiras a largar. As esquiadoras tinham que dar duas voltas no percurso de 5km, a 800m do nível do mar.



Quando a brasileira iniciou sua jornada, as atenções estavam todas voltadas para a luta por medalhas. A ela, restava apenas o apoio de amigos e parentes.

Jaqueline se aproximou da linha de chegada quando a prova já tinha, praticamente, suas medalhistas definidas. Após mais de 30 minutos, finalmente ela entrou na reta final. Ali, uma bandeira verde e amarela, na torcida, anunciava sua chegada. Cravou 30m22s2. Em vez de jogar-se ao chão, como tantas outras atletas, apoiou-se sobre os esquis, buscando ar para respirar.



Pioneira do mountain bike brasileiro em Jogos Olímpicos, Jaqueline competiu em Atenas-2004, quando ficou em 18º. Quatro anos depois, voltou às Olimpíadas e decidiu se despedir da bike. Única brasileira na final feminina de cross country em Pequim, ela não chegou a terminar o percurso de seis voltas - foi eliminada na quinta, depois de tomar uma volta da campeã, a alemã Sabine Spitz. Ficou com a 19ª colocação geral.



Jaqueline começou a se aventurar pelas montanhas cobertas por neve depois de conhecer seu marido, no Canadá, onde mora desde 2004. E, como por lá era difícil andar de bicicleta no inverno, fez do esqui uma forma de treinar para o mountain bike. A brincadeira logo virou profissão. Deu duro e conseguiu uma vaga nos Jogos Turim, onde o número 67 começou a marcar sua carreira.



Após a prova desta segunda, Jaqueline voltou a contar sua história. Apesar de ter ficado longe do pódio, equipes de televisão correram para entrevistar a brasileira. Queriam saber como uma atleta de um país tropical compete na neve.



Emocionada com o resultado conquistado em Vancouver, Jaqueline já avisou que tentará uma vaga nos Jogos de Sochi-14.



- Estou muito empolgada com minha evolução. Comecei há apenas cinco anos, me classifiquei para duas Olimpíadas e sigo baixando meus tempos. Quero ver até onde posso chegar.

Um comentário:

  1. Para uma brasileira, o resultado foi bom. É muita dificuldade para o Brasil competir neste tipo de modalidade.
    Já ta seguindo meu blog. Se não, segue lá:

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    Abraços.

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