quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Felipão estraga bolo de aniversário gremista: 2 a 1 para o Palmeiras


Lá no fundo, bem lá no fundo, talvez Felipão não tenha ficado tão feliz por colocar o dedo no bolo de aniversário do Grêmio. No dia em que completou 107 anos de vida, o time gaúcho reencontrou um de seus maiores ídolos. E viu o convidado estragar a festa. O Palmeiras, com a eficiência que marcou os tempos de Luiz Felipe Scolari no Olímpico, bateu o Tricolor por 2 a 1 na noite desta quarta-feira, em Porto Alegre, e manteve a esperança de engrenar no Brasileirão. Foi o milésimo jogo gremista na história da competição.

Os gols de Marcos Assunção e Ewerthon alimentam o sonho palmeirense de alcançar uma vaga na Libertadores. E amortecem a recuperação do Grêmio, que não perdia há cinco jogos - Jonas marcou para o time da casa. Com o resultado, o Palmeiras subiu para 29 pontos, consolidado na zona de classificação para a Sul-Americana, em nono lugar, momentaneamente. O Tricolor, com 26, sente a reaproximação do grupo de rebaixamento, e está 13º.

Felipão volta, e “representante” põe Palmeiras na frente

Há dez anos, era ele quem mandava no Olímpico. À frente do Grêmio, foi o comandante em conquistas importantes durante os anos 90 - a Libertadores (1995), o Brasileiro (1996), a Recopa Sul-Americana (1996), só para citar alguns. Mas no retorno ao estádio gremista, Luiz Felipe Scolari deixou o sentimento pelo Tricolor de lado e fez valer sua estima pelo Palmeiras. Ele abriu mão dos três zagueiros e colocou Ewerthon para compor o ataque ao lado de Kleber. E sofreu, como previsto, durante o primeiro tempo.

Embalado por uma série de cinco jogos sem derrotas, o Grêmio procurou tomar a iniciativa. Apoiado por quase 40 mil torcedores que lotaram e chacoalharam o Olímpico, o time de Renato Gaúcho assustou o Alviverde a todo instante. André Lima e Jonas fizeram com que a defesa se desesperasse e tentasse afastar a bola a qualquer custo. Gabriel, pelo lado direito, também deu trabalho, já que Rivaldo, lateral-esquerdo improvisado, não deu conta da marcação. O Grêmio, que já foi de Felipão, dominou seu ex-treinador.

O contragolpe foi a arma palmeirense. Virou a alternativa para conter a euforia que dominava o Olímpico. E foi nele que o time paulista conseguiu abrir o marcador. Com velocidade, Ewerthon se lançou ao ataque e foi derrubado por Neuton. Uma faltinha perto da área era tudo o que Felipão queria para poder acionar um de seus representantes em campo. O pé direito de Marcos Assunção foi preciso pela segunda vez neste Campeonato Brasileiro. Com carinho, o camisa 28 ajeitou a bola e bateu, aos 14 minutos, sem chances para Victor. No ângulo direito, com perfeição. Alívio para Scolari.

Mas o Imortal não se rendeu. Persistiu nas investidas contra Deola. Sempre com Jonas e André Lima. Já o Palmeiras, quando tinha a bola, tentava esfriar a partida e pensar mais as jogadas. Em um lance de velocidade, o Alviverde quase ampliou. Ewerthon novamente arrancou e chutou contra Victor, obrigando o gremista a fazer bela defesa para afastar o perigo, aos 24 minutos.

A resposta tricolor veio logo em seguida. Percebendo o goleiro Deola um pouco adiantado, André Lima cabeceou firme. Mas o arqueiro palmeirense conseguiu dar um passo para trás e rivalizar com Victor em uma defesa igualmente bonita - que garantiu a vantagem aos paulistas durante o primeiro tempo.

Eficiência no estilo Felipão: 2 a 1

A bola passeou pelos pés dos gremistas durante quase todo o segundo tempo. E foi o Palmeiras que fez o gol. A típica eficiência de Felipão teve novo episódio aos dois minutos da etapa final. O Alviverde trocou passes no campo de ataque até a bola ficar com Marcos Assunção. O cruzamento foi fabricado sob medido para Ewerthon subir bonito e, de cabeça, causar dois efeitos psicológicos ao jogo: tranquilidade para o Palmeiras, descrença para o Grêmio.

O gol transformou a missão azul em sonho quase impossível. Não faltaram tentativas. André Lima tentou, Souza tentou. Teve cruzamento, escanteio e chute de longe. E nada de a bola entrar. Jonas, de cabeça, acertou a trave do goleiro Deola. E nada...

Conforme corriam os ponteiros do relógio tricolor, o time ia ficando mais ofensivo. Lúcio entrou no lugar de Fábio Santos, Roberson pegou a vaga de Adílson, Maylson ocupou o espaço de Souza. E nada...

O Palmeiras se defendeu de mãos dadas e atacou com pernas livres. Teve solidez na zaga e velocidade no ataque. Produziu na medida para avisar ao Grêmio que deixar espaços lá atrás poderia não ser uma boa ideia. Os gaúchos atacaram, mas não pressionaram; avançaram, mas não apavoraram. Mesmo assim, marcaram.

Foi com Jonas. A bola ficou viva na área palmeirense até o atacante emendar o chute. O azar do Grêmio foi o gol ter saído aos 46 minutos, tarde demais para a reação gremista. O jogo terminou com esperança renovada para o Palmeiras de Felipão.

As duas equipes voltam a campo no domingo. O Palmeiras tem clássico contra o São Paulo no Palestra Itália. O Grêmio visita o Avaí em Florianópolis.

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